quarta-feira, 30 de junho de 2010

futuro do pretérito/ condicional

nem toda a sua realidade
me tirará o prazer
de enquadrar e congelar cada uma das minhas lembranças.

seus defeitos
seus pêlos
seus pés
o seu reflexo no espelho
e o seu descontrole de fim de noite
seriam censurados e repintados na minha memória.

eu seria capaz de sonhar cada ausência prevista
cada dilema covarde
cada escolha fugitiva
como um romance urbano, psicossomático.

eu seria capaz de delirar a cada adeus
a cada vez que sou trocada
por sonho
por dor
por liberdade, por qualquer coisa.

eu te esperaria eternamente,
se isso fosse substrato suficiente
pras minhas poesias baratas.

Será?

[16.01.2010]

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