segunda-feira, 26 de março de 2012

mais covardia

ativamente convencida
a passiva ação afasta a fenda.
Afasta, afasta:
inventa um vão e esvazia.

Sobrando só a corda
que segura.

Boininha vermelha

Saiu de bicicleta porque quem anda de carro é azul e amarelo e ele, bem vermelho, jamais renderia suas duas rodas por quarto.
Na cestinha, além da foice do machado, levava também uns cupcakes e coca-cola; afinal, 12 não é 17 e a KGB já não tem toda aquela bola.
Ia pela estrada a fora, bem sozinho, bem vermelho quando ouviu o uivo da luz amarela do farol de milha atrás de si: cresceu, cresCEU, CRESCEU.

Escureceu.

E tudo ficou leve.
a bicicleta
a cestinha
a foice
o machado e os cupcakes.

Quanto mais leve ficava, mais de perto via o Sol e o Céu. O amarelo e o azul.

O analfabeto escreve vento

Quando abriu a porta, parado na soleira quase despercebido, sentou e viu a aula; invisível. No fim, afastou-se para que saíssem deixando o quadro atrás cheio de poeira branca organizada. Dessa vez não usaria o pano, assopraria devagar para que pudesse ver por mais tempo a organização da poeria branca que ficava.