diria o indizível
se me visses
invisível,
se te mostrasses
- o caos -
como antes.
seria impossível
que olhasse no olho
imóvel
e lá não me visse,
devassa e descartável
como sempre.
engoliria trombas de elefantes brancos
pra alargar a garganta
e te engolir num trago
languido,
largo.
suportaria o ir e vir
da tua indecisão
elástica,
dona dos passos
curtos
que os teus pés
largos
hesitam em dar.
calaria o grito
impróprio
do trato ingrato
de abandono pré-datado
que, ilusório,
deliria a memória.
seria simples:
sumiria
eu, e toda a minha poesia.
[16.02.2010]
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