nem toda a sua realidade
me tirará o prazer
de enquadrar e congelar cada uma das minhas lembranças.
seus defeitos
seus pêlos
seus pés
o seu reflexo no espelho
e o seu descontrole de fim de noite
seriam censurados e repintados na minha memória.
eu seria capaz de sonhar cada ausência prevista
cada dilema covarde
cada escolha fugitiva
como um romance urbano, psicossomático.
eu seria capaz de delirar a cada adeus
a cada vez que sou trocada
por sonho
por dor
por liberdade, por qualquer coisa.
eu te esperaria eternamente,
se isso fosse substrato suficiente
pras minhas poesias baratas.
Será?
[16.01.2010]
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