o problema é pedra bruta
que tempo e silêncio, secamente,
se encarregam.
lixa lenta, farpa-a-farpa
o tempo lima e o silêncio sopra o resto
a brita perde os erres e erros. esculpida e
seca, a pedra perfeita é polida.
o problema de fato, em frente está, pronto.
de repente, do escuro um grito - segura a esfera escorregadia!
e o problema - farpudo, arisco - mesmo seco, se escorria
cada aresta, que antes travava com o problema a solução,
limada estava e diluída pelo chão. lapidar um problema
com o sal do silêncio e do tempo - tem limite.
o dilema se foi, mas o poema, mesmo na lápide, insiste.
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