sábado, 26 de abril de 2014



Uma namorada velha tem aval pra escrever impropérios livremente - aos olhos, os velhos. Silenciosos, imperceptíveis. Simplesmente propósitos irrelevantes.

Uma namorada velha, sentada na poltrona, toma chá. E ouve recorrentemente. Uma namorada velha não serve pro frio no estomago, pro brilho do olho, pra fogos de artificio. Uma namorada velha é composta basicamente por ombros, orelhas e olhar reconfortante. Uma namorada velha é uma coadjuvante num roteiro central de outras paixões, é fio condutor da segurança de voltar, mas não o motor da querença de chegar. Uma namorada velha sabe a hora de calar, sabe a hora de sorrir, sabe a linha do limite e quando não ultrapassar. Uma namorada velha já foi feita pra namorar.

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