Brega
é um bife de segunda
batido na tábua com martelo
dentado de madeira
da batata feita palito
do ovo na frigideira
estatelado
com cebola na lágrima alecrim
fritada
é sentimento diário
de um feijão preto
de um arroz branco
com a acidez rancorosa
de uma laranja coadjuvante
mastigada
com a couve verde viva
refogada
é fome fácil
da cachaça com limão
de comer com pão
e dentes
a carne e a pimenta
salada
de um alface verde insosso
temperada
Brega é brigadeiro
queijo com goiabada
o puro creme do milho verde
coco abroba cravo
mexido quente de tacho
Brega é o cotidiano dissonante
de comer sempre a sobremesa antes.
Brega do beijo molhado
do peito rasgado
do gingado de conhaque
debruçado no balcão
Brega do ombro amigo
Brega do deixa disso
Brega da solidão
enquanto a música voa
o Brega se joga no chão.
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