Eu não sei onde estão os meus livros de poesia. Eles ditam as regras das rimas, os ritmos e os rumos das linhas nos versos que eu faço. Mas agora, não sei onde estão os meus livros de poesia.
Às vezes, sem os livros, ouço as vozes dos versos sussurrando no meu silencio e esses são momentos raros. Agora não é um momento. Os meus livros de poesia se perderam na bagunça organizada do meu dia.
Abro a porta pela manhã
abro um email da professora Emeline de Castro
abro Drummond na tela
abro a Folha
o email
o poema
a notícia
Fecho a porta no fim do dia
e os meus livros de poesia
não estão lá
Se foram com as linhas que sustentavam os meus versos.
as
palavras
caídas quebradas em
letras amontoadas sem sentido
silenciosas escorreram pelo limbo
[até o rodapé]
nem regras nem rimas nem ritmos nem versos desalinhados
[a lauda anulada]
Desço do ônibus
sento no banco do Trianon
deito o caderno no chão
durmo insone no meio da Avenida
o banco
o caderno
Avenida
Paraliso no fim da via
e os meus livros de poesia
não estão lá.
a esquizofrênica rotina amplia o dia.
ResponderExcluirseus livros não estão lá. mas sua poesia está em todo lugar que vc sabe encontrar.
ResponderExcluir