As palavras
penam pelo vale das sombras
Depois dão à luz
penam pelo vale das sombras
Depois dão à luz
gigantes insones
indigestos e trogloditas
— As palavras são invisíveis.
O poder da empáfia
que têm
As palavras.
(Aquele Poema)
— As palavras são invisíveis.
O poder da empáfia
que têm
As palavras.
(Aquele Poema)
As palavras
não ditas
purulam pelos
poros dos meus
pés
perambulam pelas
veias, vasos, vértebras
súbito param
amontoadas num canto
prontas para explodir
o peito
rosnam pelas
frestas
até retroceder as gengivas
ressecar a faringe
afetar o receio
mas tão silenciadas
que viram
sozinhas
sufocantes sorrisos
— PA-LA-VRI-NHAS
Não se repetem
— as malditinhas —
se ressentem
e
escondidas
as palavras
sentem ou pensam se tem
poder...
... de recalcar-se a si sete palmos abaixo da superfície ...
As palavras
mudas
escritas escondidas
para não serem
ditas
evaporam envergonhadas
pela pele
aos litros
E somente porque são voláteis
e não o sabem
as palavras
condensadas a centímetros dos dedos
podem precipitar-se
em despercebida
tempestade grafite
no papel.
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