terça-feira, 8 de maio de 2012

[sem título]

Eras mulher de si. Pensaras.
Eras dona de si. Pensaras.
Eras dos teus caminhos,
pensaras.
Desconstruidamente denegrida
num elogio eloquente às avessas.

E o que miro pairando no rio?
Imensas-densas-nuvens-brancas



Achou-se só nuance de si,
sobrou-se somente núbil.
Consentidamente enevoada
já não há Mulher,
mas a longínqua latência esquecida.

E o que miro pairando no rio?
Imensas-densas-nuvens-brancas



Neste sempre,
Que rompe o tempo,
.
E sobrou-se somente ruídos
Ranger os dentes de olhos nublados
Errantes mãos que não sabiam procurar.

E o que miro pairando no rio?
Imensas-densas-nuvens-brancas



É esse o resultado chapiscado
Da aspereza nubígena
Do submeter a cada pai.
Cada filho.
De cada mãe ex-fumaçada, também domada.

E o que miro pairando no rio?
Imensas-densas-nuvens-brancas



Inverter-te e te ninar.
Inverter-te e te contar.
Invertida, sorrir segurança.
Eu queria, invertida, investir,
de cima do meu saber alvorecido,

Mas o que miro pairando no rio?
Imensas-densas-nuvens-brancas.

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