terça-feira, 2 de novembro de 2010

LUZ

pousou
na linha da borda da minha cama daquele dia

a elipse eclipsada dos seus olhos
redondos.
sempre semicerrados,
sempre semiabertos.
tão pretos,
confundem
os limites da iris
com os limites.

ando agora equilibrada no contorno da pálpebra
segura pelos seus cílios,
presa nos músculos oculares
da sua

pupila.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Pousar nas linhas
    da borda da cama
    do nó na garganta
    do romance de cinema
    do sono sem travesseiro

    Tropeçar nas linhas
    do conhaque do amor
    do engano do momento
    da batida do abandono
    da culpa de não estar

    Rastejar nas linhas
    uma xícara de perdão
    um prato que se come frio
    um brinde na última noite

    Sucumbir nas linhas
    do que podia ser
    e não foi
    na borda da cama
    segura minha mão

    Cair
    e levantar

    Se alinhar
    Sem limites
    Sem muros
    sem antes ou depois
    sem máscaras
    medos
    ou linhas

    Alinhavar
    sua cabeça
    no meu peito
    seu

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  3. Essa relação olhos nos olhos deve ser demais!

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